"Tu és pó, e ao pó retornarás" (Gênesis 3.19). A quarta-feira de cinzas é o início da quaresma, período em que os cristãos meditam no sofrimento e morte de Jesus Cristo. Neste dia, somos também convidados ao arrependimento e à lembrança de que somos mortais.
Na década de 1970, a banda de rock americana Kansas fez sucesso com a música "Dust In The Wind", que fala justamente sobre isso: nós somos pó. Um trecho da canção diz "tudo o que fazemos cai em pedaços, embora nos recusemos a ver". Outro diz "Não desperdice... nada dura para sempre, apenas a terra e o céu... todo o seu dinheiro não comprará mais um minuto". O refrão diz: "tudo o que somos é poeira no vento... tudo é poeira no vento". Impossível não notar as semelhanças com o livro bíblico de Eclesiastes: "Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? Uma geração vai, e outra geração vem, mas a terra para sempre permanece" (Ec 1:3,4). E ainda: "Tudo é vaidade!" (Ec 1.2).
A banda Kansas e o autor de Eclesiastes expressaram, de formas diferentes, uma grande verdade: o ser humano não é imortal, não é eterno. Quando morrermos, poderemos até deixar lembranças na memória dos que aqui continuarem, mas com o tempo até isso irá se apagar. Pensar desse modo pode parecer pessimista, mas é a verdade nua e crua que a Bíblia nos coloca: somos apenas pó. Não temos imortalidade, não temos um suposto direito adquirido de continuar existindo para sempre.
Por isso o livro de Gênesis narra que Deus plantou a árvore da vida no meio do jardim do Éden (Gn 2.9). O ser humano poderia comer do fruto daquela árvore o quanto quisesse. Mas como preferiu comer de outra árvore, a do conhecimento do bem e do mal, que estava proibida, foi expulso do Éden e perdeu acesso à árvore da vida, para que não vivesse para sempre (Gn 3.22). Quem não gostaria de viver para sempre? Mas viver para sempre assim, do que jeito que somos agora, seria um verdadeiro castigo: o prolongamento infinito da maldade e do egoísmo. Portanto, com esse gesto Deus estava na verdade protegendo o ser humano. O que essa narrativa milenar de Gênesis quer nos ensinar é que a vida vem de Deus, e o ser humano só tem vida de verdade quando se alimenta do que Deus dá.
Jesus Cristo disse: "Eu sou o pão da vida" (João 6.48); "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo" (João 6:51). Não somos imortais, mas temos acesso a uma comida que dá a vida. Jesus também diz: "quem de mim se alimenta, também viverá por mim" (João 6.57).
O ser humano é por natureza frágil e passageiro. Mas Deus dá a comida que lhe garante vida. Não qualquer vida, pois Deus não quer apenas nossa "sobrevivência", mas quer que tenhamos "vida em abundância" (João 10.10), a vida que vale a pena ser vivida. Jesus Cristo é o único lugar onde podemos encontrar vida verdadeira. Fora disso, todos os nossos esforços, planos e sonhos se desfazem, são como "poeira no vento".
Que possamos nessa quarta-feira de cinzas lembrar que somos apenas pó, mas também recorrer ao único que tem as palavras de vida eterna (João 6.68). Assim a nossa vida, aqui e agora, não será apenas "sobrevivência", mas será vida plena de sentido, que flui para a eternidade. Amém!
Na década de 1970, a banda de rock americana Kansas fez sucesso com a música "Dust In The Wind", que fala justamente sobre isso: nós somos pó. Um trecho da canção diz "tudo o que fazemos cai em pedaços, embora nos recusemos a ver". Outro diz "Não desperdice... nada dura para sempre, apenas a terra e o céu... todo o seu dinheiro não comprará mais um minuto". O refrão diz: "tudo o que somos é poeira no vento... tudo é poeira no vento". Impossível não notar as semelhanças com o livro bíblico de Eclesiastes: "Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? Uma geração vai, e outra geração vem, mas a terra para sempre permanece" (Ec 1:3,4). E ainda: "Tudo é vaidade!" (Ec 1.2).
A banda Kansas e o autor de Eclesiastes expressaram, de formas diferentes, uma grande verdade: o ser humano não é imortal, não é eterno. Quando morrermos, poderemos até deixar lembranças na memória dos que aqui continuarem, mas com o tempo até isso irá se apagar. Pensar desse modo pode parecer pessimista, mas é a verdade nua e crua que a Bíblia nos coloca: somos apenas pó. Não temos imortalidade, não temos um suposto direito adquirido de continuar existindo para sempre.
Por isso o livro de Gênesis narra que Deus plantou a árvore da vida no meio do jardim do Éden (Gn 2.9). O ser humano poderia comer do fruto daquela árvore o quanto quisesse. Mas como preferiu comer de outra árvore, a do conhecimento do bem e do mal, que estava proibida, foi expulso do Éden e perdeu acesso à árvore da vida, para que não vivesse para sempre (Gn 3.22). Quem não gostaria de viver para sempre? Mas viver para sempre assim, do que jeito que somos agora, seria um verdadeiro castigo: o prolongamento infinito da maldade e do egoísmo. Portanto, com esse gesto Deus estava na verdade protegendo o ser humano. O que essa narrativa milenar de Gênesis quer nos ensinar é que a vida vem de Deus, e o ser humano só tem vida de verdade quando se alimenta do que Deus dá.
Jesus Cristo disse: "Eu sou o pão da vida" (João 6.48); "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo" (João 6:51). Não somos imortais, mas temos acesso a uma comida que dá a vida. Jesus também diz: "quem de mim se alimenta, também viverá por mim" (João 6.57).
O ser humano é por natureza frágil e passageiro. Mas Deus dá a comida que lhe garante vida. Não qualquer vida, pois Deus não quer apenas nossa "sobrevivência", mas quer que tenhamos "vida em abundância" (João 10.10), a vida que vale a pena ser vivida. Jesus Cristo é o único lugar onde podemos encontrar vida verdadeira. Fora disso, todos os nossos esforços, planos e sonhos se desfazem, são como "poeira no vento".
Que possamos nessa quarta-feira de cinzas lembrar que somos apenas pó, mas também recorrer ao único que tem as palavras de vida eterna (João 6.68). Assim a nossa vida, aqui e agora, não será apenas "sobrevivência", mas será vida plena de sentido, que flui para a eternidade. Amém!